Imagine a seguinte cena: você está com as rédeas de um cavalo muito feroz na mão. Parece que ele empina, tenta correr, vai para todos os lados. Já você, com o ombro no pescoço, fazendo muita força para que ele fique calmo, tranquilo e parado. Imaginou?
Eu estava assim na última semana, mas tem um porém: não existia cavalo algum. Lá estava eu, toda travada, cansada, fazendo muita força para controlar o incontrolável, segurando as rédeas do vazio.
E foi simples, foi fácil, foi só abaixar os ombros. Eu soltei
Vendo uma série sobre Gil, uma das almas mais gentis desse mundo, como disse um amigo meu, que eu entendi que não tem nada para entender, não tem nada para controlar, não há nada o que fazer e que mistérios sempre há de pintar por aí.
E foi simples, parei de fazer força e soltei.
Eu já participei de alguns concursos para ter meu texto, não acadêmico, publicado em revistas e sites. Nunca passei. Acho que preciso praticar mais um pouco.
Mas compartilho hoje um texto que fiz em época de quarentena para tentar ser publicado em uma revista digital. Não fui escolhida. Mas eu gosto da representação das cores de acordo com cada sensação, eu sinto dessa forma, às vezes colorido, às vezes preto e branco.
Numa volta ao sol a cidade se colore de diferentes cores. Os primeiros nasceres do sol são acompanhados de uma energia praiana, um mergulho salgado e os cantos com areia acumulada. A cidade se pinta de amarelo. As outras cores vão chegando logo em seguida: vermelho, azul, verde, dourado e purpurina, muita purpurina colando nos corpos fantasiados que se consomem das ruas.
Trecho do texto “As cores da cidade”.
Estou há um tempinho querendo mudar o nome dessa parte. Por mais que ninguém tenha perguntado, me sinto como uma intrusa no meu próprio email e chega de complexo de inferioridade. Alguma sugestão?
A primeira indicação é obviamente aquela que me tirou do marasmo. Por mais que eu saiba que é uma produção audiovisual, com roteirista e cortes, Em Casa com os Gil é lindo. Eu amo Gilberto Gil e vi muito da minha avó na sua forma de falar, ordenar e ensinar em família. Essa série é um abraço na alma, eu amei.
Comecei um novo livro, Véspera. Eu li o outro livro da Carla Madeira, Tudo é Rio, e fiquei apaixonada pela sua forma direta de escrever, da profundidade dos personagens e li em algum lugar que ela borda com as palavras. É exatamente dessa forma que eu leio seus livros. Ela faz parecer tão fácil.
Bom, é isso.
Estou melhor. Bem melhor.
Até mais,
Carol.
E se "ninguém perguntou" virasse "talvez queiram saber"?
Eu no caso quero. Acho que os outros também